Não importa a montanha russa de sentimentos que esse dia tenha me feito passar ao longo dos anos, eu não poderia deixa passar em branco. Até porque, a despeito de qualquer decepção que eu tenha tido, eu até que tive sorte: tive 3 pais durante os meus dezoito anos. O primeiro já cuidava de mim antes mesmo que eu fosse concebida, antes mesmo que minha mãe soubesse que eu viria ao mundo, Ele já tinha um plano para mim e posso falar com certeza, Deus não deixou de cuidar de mim um instante durante toda minha vida até agora.
O segundo, foi responsável por metade de quem eu sou, colaborou para que eu viesse ao mundo. Ele não foi perfeito, foi humano. Nos seus erros, ensinou-me o que eu não devo fazer; nos seus acertos, ensinou-me como ser uma pessoas a quem os outros podem respeitar. De Francisco de Assis Ribeiro, herdei o sobrenome, a cor, o cabelo, trejeitos, uma certidão de nascimento e mesmo não tendo sido um pai presente, eu sei que ele foi o meu pai, o cara de quem herdei toda a personalidade, o cara que de alguma forma eu vejo no espelho, que quando presente me deu carinho e amor, se preocupou comigo e eu prefiro lembrar dos momentos em que ele foi realmente um ótimo pai, são esses momentos que trazem felicidade e são eles que valem a pena guardar e isso tudo não bastasse, eu repito: Ele é meu pai e só isso já fala muito por si só. E sim, eu o amo e continuarei a amar porque se eu decido o que ocupa espaço no meu coração, eu prefiro que seja amor e eu não deixaria de amar o cara que é meu pai nem nos momentos em que eu finjo que não o amo.
O terceiro, foi peça mais que importante na minha vida, meu avô, o cara com quem eu morei a vida inteira, que me ensinou a pentear cabelos, a ter força para me soltar de qualquer prisão e que dinheiro, mesmo quando dez centavos, são uma fortuna vindo da mão de alguém que você ama. Manoel Rodrigues Paiva foi mais que um avô, ele foi um homem que me ensinou pelo exemplo o que é ser um ser humano batalhador, o que ele me contou em vida continuará me acompanhando mesmo depois da sua morte. Ele foi meu pai porque me criou, cuidou de mim como se fosse mesmo sua filha, teve por mim o mesmo carinho e, apesar de tudo isso e um pouco mais, eu nunca o chamei de pai em voz alto, mas bastava olhar em seus olhos, eu acho que nós dois sabíamos. Os seus cabelos brancos, seus olhos e seus sorrisos estarão para sempre em minha mente, meu terceiro pai que esteve presente em toda minha história.
Eu adiei muito falar sobre este dia, sempre fico sensível, acho que não poderia expressar de forma melhor o que sinto ao mesmo tempo em que acho que nunca poderei expressar tudo. Ao longo dos anos, este dia e as pessoas me trouxeram alegrias e tristezas, mas quando chega no final do dia, o que realmente importa é que eu amo meus pais e sei que eles me amaram e me amam, é tudo que preciso.


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