segunda-feira, 3 de junho de 2013

Dia lindo

Acho que as pessoas deveriam nascer programadas para uma coisa em especial: saber quando o dia vai ser tão ruim que ela não deveria nem sair da cama. Sendo honesta, uma segunda-feira que começa às 5:30 da manhã não poderia realmente ser maravilhosa, poderia? Talvez sim, mas esse não é o caso. Até porque um dia que corre bem é tão bom para quem o vive que não sobra tempo para escrever sobre ele, pelo menos eu acho.
A segunda começou de manhãzinha, logo após uma noite mal dormida, um sol nada tímido nascendo e esquentando o dia na mesma velocidade. Seis da manhã e alguém desavisado poderia pensar que já passava do meio dia, tão impiedoso o sol estava e não, eu não estou exagerando. Até aí tudo bem, um sol quente pela manhã não é tão estressante e nem anormal e, embora incomodo, é meio que a história da minha vida, pois se "o sol é para todos", o sol mais quente é para os nordestinos.
Mas se o sol já não me incomodava tanto, o começo do mês completou o trabalho. Tá, sendo justa novamente não era bem o começo do mês que era culpado, mas sim o que vem junto com ele: dinheiro grande, que é como eu chamo dinheiro não trocado, mais importante, dinheiro que precisa de troco, muito troco quando o que você pretende fazer com ele é pagar a passagem do ônibus, incompetência minha não ter resolvido isso antes, mas o fato é que dinheiro grande não é legal e o cobrador do ônibus que eu peguei de manhã concorda comigo plenamente. Deve ter sido por isso que ele me deu o maior sermão (ou vai ver ele não gostou de mim mesmo, nenhuma alternativa me surpreenderia). Sabe o que me surpreende na verdade? Estranhos me encarando, cara eu não gosto mesmo disso. O pessoal do ônibus ficou me olhando, talvez eles estivessem do lado do cobrador e enquanto isso, o cobrador continuava seu inspirado sermão sobre troco máximo. Isso se me surpreende (e assusta também), continuou quase até eu chegar (finalmente!) no meu ponto na treze de maio e descer pela saída sem pagar, as mãos suadas e a voz antipática do cobrador ecoando na minha cabeça enquanto o ônibus se afastava.
Talvez isso não fosse o suficiente para ter uma manhã chata, talvez a economia de dinheiro (de uma passagem) compensasse a antipatia do cobrador e eu nem pensasse mais nisso, talvez eu pudesse sentar em algum banco da faculdade e continuar meu dia com toda serenidade possível. Claro, se esquecer o detalhe de que eu não esqueço desse tipo de coisa tão facilmente, mas se isso não fosse suficiente, o café foi chato até demais, parece que tudo conspirava para que eu me estressasse antes das nove da manhã. De qualquer forma, café já não é lá algo muito gostoso (eu não acho), mas é bom pra se manter acordado e eu estava com muito, mas muito sono mesmo. Bom, sendo eu, claro que eu consegui achar uma maneira de derramar todo o café do copo no chão e na minha calça, isso antes mesmo que eu tivesse oportunidade de tomar um gole depois, ai já era demais, mas como já dizia um universitário sábio "não adianta chorar pelo café derramado"
No final das contas, a manhã não estava nem na metade ainda, é claro que eu deveria saber que o dia não ia começar bem, sou eu aqui sendo honesta, mas vou parar de reclamar porque não adianta mesmo chorar pelo café derramado e, com uma manhã pela metade, ainda havia professores e gritos pra esperar, outros cafés para serem derramados e talvez até outros cobradores para dar sermão. O dia estava só começando e o sol ainda teria muito o que esquentar naquele dia claro, sem nuvens, o céu tão azul quanto poderia estar, um lindo dia mesmo, mas enquanto isso eu só conseguia pensar em voltar pra minha.

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