terça-feira, 4 de junho de 2013

Finjo

Eu finjo que não conheço os seus segredos
porque no fundo eu tenho medo de encarar
e continuo te aceitando de todo jeito
tuas qualidades e teus defeitos
pra fazer isso durar

pra acreditar, eu finjo que te conheço
e sem vergonha eu finjo mesmo
que o meu coração é mesmo seu
pra não chorar, eu finjo que te esqueço
mas continuo fingindo que você é meu.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Dia lindo

Acho que as pessoas deveriam nascer programadas para uma coisa em especial: saber quando o dia vai ser tão ruim que ela não deveria nem sair da cama. Sendo honesta, uma segunda-feira que começa às 5:30 da manhã não poderia realmente ser maravilhosa, poderia? Talvez sim, mas esse não é o caso. Até porque um dia que corre bem é tão bom para quem o vive que não sobra tempo para escrever sobre ele, pelo menos eu acho.
A segunda começou de manhãzinha, logo após uma noite mal dormida, um sol nada tímido nascendo e esquentando o dia na mesma velocidade. Seis da manhã e alguém desavisado poderia pensar que já passava do meio dia, tão impiedoso o sol estava e não, eu não estou exagerando. Até aí tudo bem, um sol quente pela manhã não é tão estressante e nem anormal e, embora incomodo, é meio que a história da minha vida, pois se "o sol é para todos", o sol mais quente é para os nordestinos.
Mas se o sol já não me incomodava tanto, o começo do mês completou o trabalho. Tá, sendo justa novamente não era bem o começo do mês que era culpado, mas sim o que vem junto com ele: dinheiro grande, que é como eu chamo dinheiro não trocado, mais importante, dinheiro que precisa de troco, muito troco quando o que você pretende fazer com ele é pagar a passagem do ônibus, incompetência minha não ter resolvido isso antes, mas o fato é que dinheiro grande não é legal e o cobrador do ônibus que eu peguei de manhã concorda comigo plenamente. Deve ter sido por isso que ele me deu o maior sermão (ou vai ver ele não gostou de mim mesmo, nenhuma alternativa me surpreenderia). Sabe o que me surpreende na verdade? Estranhos me encarando, cara eu não gosto mesmo disso. O pessoal do ônibus ficou me olhando, talvez eles estivessem do lado do cobrador e enquanto isso, o cobrador continuava seu inspirado sermão sobre troco máximo. Isso se me surpreende (e assusta também), continuou quase até eu chegar (finalmente!) no meu ponto na treze de maio e descer pela saída sem pagar, as mãos suadas e a voz antipática do cobrador ecoando na minha cabeça enquanto o ônibus se afastava.
Talvez isso não fosse o suficiente para ter uma manhã chata, talvez a economia de dinheiro (de uma passagem) compensasse a antipatia do cobrador e eu nem pensasse mais nisso, talvez eu pudesse sentar em algum banco da faculdade e continuar meu dia com toda serenidade possível. Claro, se esquecer o detalhe de que eu não esqueço desse tipo de coisa tão facilmente, mas se isso não fosse suficiente, o café foi chato até demais, parece que tudo conspirava para que eu me estressasse antes das nove da manhã. De qualquer forma, café já não é lá algo muito gostoso (eu não acho), mas é bom pra se manter acordado e eu estava com muito, mas muito sono mesmo. Bom, sendo eu, claro que eu consegui achar uma maneira de derramar todo o café do copo no chão e na minha calça, isso antes mesmo que eu tivesse oportunidade de tomar um gole depois, ai já era demais, mas como já dizia um universitário sábio "não adianta chorar pelo café derramado"
No final das contas, a manhã não estava nem na metade ainda, é claro que eu deveria saber que o dia não ia começar bem, sou eu aqui sendo honesta, mas vou parar de reclamar porque não adianta mesmo chorar pelo café derramado e, com uma manhã pela metade, ainda havia professores e gritos pra esperar, outros cafés para serem derramados e talvez até outros cobradores para dar sermão. O dia estava só começando e o sol ainda teria muito o que esquentar naquele dia claro, sem nuvens, o céu tão azul quanto poderia estar, um lindo dia mesmo, mas enquanto isso eu só conseguia pensar em voltar pra minha.

Declaração a um amor desconexo

Bom... como eu posso dizer isso, afinal de contas qual é o começo mesmo? Bom, o começo é alguns anos atrás provavelmente, mas eu não vou recontar toda a história e eu sinto muito, sinto muitíssimo por te perturbar de novo com isso (como eu disse, paciência)... Eu já te amei, de verdade, pra caramba, teve momentos que eu pensei que aquilo que eu senti nunca foi amor, mas na verdade foi sim... Acho que você sabe disso e eu espero que saiba porque eu já falei algumas vezes. Então, eu vou pular de 2009 pra cá porque nós dois sabemos o que aconteceu. Bom, exceto por uma parte que acho que nunca te contei, mas já que estou sendo honesta... quando você parou de falar comigo na época, eu pensei que a culpa era minha porque sempre que você vinha até onde eu estava, eu estava ainda conversando com alguém. Eu fazia aquilo pra aparentar menos interesse porque eu ficava chateada com as pessoas te zoando, então eu disfarçava, mas quando você parou de falar comigo, eu pensei que havia disfarçado tão bem que você também pensou que eu não tinha o menor interesse, quando na verdade eu tinha, então pensei que você tinha simplesmente desistido de mim ou algo assim, bem, isso me perseguiu por um bom tempo, mas passou quando as coisas se explicaram naturalmente. Voltando pra "hoje"... pra ser honesta, eu não tenho a menor ideia do que eu sinto por você agora, eu sei que não é só amizade, passa longe de ser só isso, embora você seja um amigo que eu gosto demais (e por favor não diga que isso é algo que vai passar) e às vezes eu fico tentando entender, o que sobra é que eu ainda sei que gosto de você, ao mesmo tempo em que eu te desejo felicidade eu queria poder colaborar pra isso, mas enfim eu já tive muito tempo pra me acostumar com a ideia de que não deu certo, as coisas estão realmente diferentes em mim hoje, eu tive uma boa cota de amadurecimento em um curto espaço de tempo e estar onde estou sem dúvida contribuiu pra isso, hoje me sinto mais mulher do que em qualquer outro momento que eu falei com você, você também contribuiu pra isso. Na boa, eu estou gostando disso, de crescer, de me entender melhor, de entender melhor o que eu sinto, de saber dizer adeus pra algumas coisas e trancar outras no fundo do meu coração, eu estou gostando de me conhecer mais e profundamente, saber desapegar, saber o momento de deixar ir e ficar com o que me for permitido. E como eu gosto disso tudo, eu preciso continuar crescendo, eu preciso e quero. Eu sei que eu te disse inúmeras vezes que iria esperar por você o quanto fosse preciso, mas eu acho que sabia desde o começo que não é exatamente assim que funciona. O que eu sinto por você não é algo que eu queira deixar ir, mas eu preciso realmente seguir em frente e se as lembranças forem tudo que me for permitido guardar, eu vou me segurar à elas apenas. No entanto, eu não queria que fosse assim. Eu entendo você da melhor forma que eu consigo e eu tento cada vez te conhecer e entender melhor conforme você me permite, mas essa coisa de permitir é muito limitada e eu procuro ir mais além de vez em quando, eu não vou mentir pra você, eu não vou dizer "eu te amo" porque eu não quero te iludir, é a última coisa que eu quero, mas eu também não quero me iludir e eu sei que dado a profundidade e a realidade do que estou sentindo, eu poderia facilmente voltar a te amar, mas eu não vou me permitir isso sem saber se eu não vou me machucar, não me entenda mal, você não me machuca, mas às vezes eu me machuco sozinha como quando a gente tropeça, não é culpa de ninguém, apenas minha. Enfim, acho que já te disse isso, eu ainda quero ser aquela pessoa que vai estar do seu lado (mesmo de longe) te ajudando a melhorar ou no que mais for preciso... Eu amo muitas coisas em você, mas se seguir em frente significa ter que deixá-las pra trás, é o que eu vou fazer. Eu não quero deixar de ser sua amiga em hipótese alguma, mas também não posso te exigir isso, é uma escolha sua, mas quero que saiba disso independente de como termine. Eu só preciso saber se no fundo do seu coração, com toda honestidade possível, eu ainda tenho alguma chance com você, se ainda existe alguma chance pra nós, porque se existe eu ficaria feliz em continuar lutando por algo que eu acredito, mas se não for o caso, já passou da hora de eu colocar um ponto final, por mais difícil que seja. Quanto mais o tempo passa, mais eu descubro que assim é a vida e que eu deveria ser grata por ter a oportunidade de ter uma resposta, coisa que muitas vezes não acontece. Então aqui estou eu, de mente e coração abertos, expondo o que eu penso e o que eu sinto. Essa sou eu, talvez me declarando, o que importa é quem eu quero ser por você,alguém que você possa sempre contar e chamar. Exatamente agora, eu gosto demais de você e eu não precisaria de muito pra voltar a te amar como aquela garota de 15 anos amou, nós duas não somos a mesma pessoa, mas mesmo com tudo que mudou, o coração é o mesmo. Mas que no final das contas, você saiba e preserve a certeza de que vai ser sempre poder contar comigo e me chamar, isso é imutável e eu vou ser sempre sua amiga, eu não poderia negar o bem que você me fez nem que eu quisesse, nem que você morra dizendo que me fez mal, só eu sei o quanto você me fez (e faz) bem. Uma hora a gente entende que, talvez como nos filmes, nem sempre as pessoas podem ficar juntas por mais que se amem e ambas saibam disso, a gente aprender e mesmo querendo sentar ou caminhar pra trás, a vida continua e a gente segue em frente. E o amor é isso. E é isso, amor.

domingo, 2 de junho de 2013

Ser

Se eu sou alguma coisa
e você também é
juntos seremos algo novo
tão novo quanto um nascer
e se separados hoje somos
exatamente o que somos aqui
ninguém nunca foi o que podemos ser
e o que somos hoje jamais voltará a existir